quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Porto Canal queixa-se da Markteste

O comunicado.

O Porto Canal decidiu abandonar o sistema Marktest Audiometria por estar descontente com a fiabilidade deste sistema de medição de audiências.

Os responsáveis da estação entendem que o actual painel que afere as audiências televisivas em Portugal não reflecte a realidade do Porto Canal, uma vez que o número de lares com audímetro para mediar o share da estação é inferior a 50. Neste sentido, é impossível, e ainda de acordo com o Porto Canal, ter uma ideia real das suas audiências.

Depois de uma reunião com a administração da Marktest, e perante o reconhecimento por parte desta empresa, de que o actual sistema, de facto, não favorecia o Porto Canal, a estação de televisão entende que os dados disponibilizados não servem para informar empresas e instituições interessadas em investir no canal televisivo, e mais importante ainda, não constituem uma ferramenta fiável para ajudar a melhorar o seu desempenho.

Para sustentar esta decisão, são apontadas algumas falhas ao sistema da Marktest Audiometria:

• O número de audímetros que medem a audiência do Porto Canal é inferior a 50. Isto significa que, para um projecto da dimensão do Porto Canal, um único indivíduo representa 2% do total, o que, segundo dados da Marktest, significa mais de 100% da audiência da estação. Neste sentido, um único lar pode representar toda ou nenhuma audiência para o canal.

• Para se perceber como, em razão da escassez de audímetros, se podem distorcer os valores das audiências, atente-se na disparidade brutal destes números: na sexta-feira, dia 1 de Outubro, o share do Porto Canal foi de 6,6%, enquanto na sexta-feira seguinte, dia 8, quedou-se pelos 0,6%, com a mesma programação!

• Outro exemplo. Até Fevereiro de 2010, o Porto Canal tinha no Grande Porto (a sua área de maior influência) um share médio de aproximadamente 2%. A partir desse mês, a audiência desceu 50%, registando-se um share médio diário de apenas 1%. E isto sem ter ocorrido qualquer alteração significativa na programação. Esta diminuição de audiências coincide, isso sim, com uma mudança do painel de espectadores acordada entre a CAEM (Comissão de Análise de Estudos do Meio) e os grandes canais generalistas.

• Em Julho de 2010, o Porto Canal começou a ser distribuído pelo MEO, que, segundo a Anacom, tem uma quota de aproximadamente 30% dos serviços de distribuição por subscrição. Mas, inopinadamente, a entrada do Porto Canal no pacote de programas do MEO não se traduziu num acréscimo de audiências. Pelo contrário, as medições da Marktest indicam que o Porto Canal é visto agora por menos espectadores!?! Em Junho, o share médio era de 1% e, em Setembro, foi de 0,9%.

• Acrescente-se ainda que, segundo a Marktest, os dois últimos programas de maior audiência do canal (transmissão do jogo do Boavista e debate em torno das eleições para a presidência da Federação Distrital do PS/Porto) obtiveram 0% de share!

De acordo com os responsáveis da estação de televisão, a explicação para esta sucessão de incongruências e lapsos sistemáticos está na distribuição regional dos lares da Marktest, que não é nada representativa do espaço de influência do Porto Canal. É que a região Norte está dividida pela Marktest em três segmentos: Grande Porto, Litoral Norte e Interior Norte, sendo que os dois últimos abarcam áreas que correspondem à região Centro, motivo pelo qual o Porto Canal sai prejudicado.



Claro.


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