quarta-feira, 16 de março de 2011

no Expresso sobre a bola

"Aparentemente o jornal A Bola está mesmo decidido em deixar de ser um jornal dedicado à informação desportiva, mesmo a informação relativa ao clube que lhe alimenta a tiragem diária, e passar a ser uma mistura exótica-avermelhada do falecido 24 horas com o jornal O Crime. E digo isto porque aparentemente para o jornal A Bola a notícia de maior relevo no que toca ao desporto acontecida na passada sexta-feira foi o Vice-Presidente do Benfica, Rui Gomes da Silva, ter levado uns sopapos à saída do restaurante Shis no Porto. De facto é de assinalar tal feito desportivo. Mas será motivo para capa de jornal?

Mas atenção, os agressores afirmaram: "isto é para não dizeres mal do FC Porto". Durante todo o dia de sexta, e com um sítio online actualizado ao minuto, nada se soube, tudo guardado para o dia seguinte. Mais grave, em subtítulo a A Bola acrescenta: "almoçou com o Presidente da Câmara de Paredes no mesmo restaurante da Foz onde se encontrava a almoçar Villas Boas, e à saída foi atacado por três indivíduos". Para bom entendedor...enfim, é triste ver um jornal nacional e que devia ser racional na informação que transmite fazer este tipo de alusões. Ficamos ainda a saber que se um é Vice-Presidente de um clube, o outro é o "Villas Boas". Deve ser um arrumador de carros na zona da Foz, só pode.

São escolhas editoriais? São. Mas não quer dizer que não sejam objecto de crítica pela sua péssima qualidade, perigosidade e claro facciosismo. Um apelo gratuito à violência entre adeptos. A Bola adora semear ventos, e assitir às tempestades. João Gabriel, ministro da propaganda benfiquista, veio logo a terreiro: "Há pessoas que sofrem de miopia dentro do campo e também fora dele. Há certos locais do País onde ninguém vê nem sabe nada. Foi um acto cobarde, levado a cabo por gente cobarde." Concordo com ele em tudo, menos no "certos l ocais do país". E digo mais, quando este senhor era assessor do Presidente Jorge Sampaio duvido que usasse deste tipo de discurso sectário, ou ia parar ao olho da rua. Mas infelizmente neste país de treta sente-se mais protegido quem trabalha na Luz do que em Belém. Coisas de poderes presidenciais.

João Gabriel levantou ainda suspeitas sobre quem terá avisado os agressores da presença de Rui Gomes da Silva naquele restaurante. Questionado sobre André Villas Boas, uma vez que este esteve no local, a resposta ficou no ar: "Vamos ficar por aqui..." Eu acho mesmo que João Gabriel fez bem em ficar por ali, porque até para dizer disparates há um limite. E João Gabriel ultrapassa o limite cada vez que abre a boca. As insinuações são muito piores do que alguns sopapos.

André Villas Boas, pessoa com educação muito acima da média, claramente acima ao que o futebol nos habituou, quando confrontado com os factos, condenou-os como qualquer pessoa de bem faria. Aliás como fez Jorge Jesus, como faço eu e fará qualquer pessoa normal, não atirando mais lenha para a fogueira. A Bola é um jornal ultrapassado e cego por opção.

PS: Depois disto gerou-se uma guerra verbal entre instituições, uma perfeita estupidez. Pinto da Costa desceu ainda mais o nível, com pena minha. O silêncio por vezes é o melhor caminho, nunca o insulto."



o PS final não é o melhor.
Mas compreendo.


Adenda via Funes.



Do centralismo lisboeta

Eles caminham à minha frente na rua das Janelas Verdes. Quando os ultrapasso, ouço-a revoltada e muito irritada:
- Já viste? A comissão reúne em Coimbra e agora eu tenho que ir a Coimbra. Isto tem algum jeito?

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